Os Mestres Salas com Mais Tempo em Atividade no Carnaval do Rio de Janeiro

Por Vitória de Moraes

Assim como a publicação que falamos das Porta Bandeiras com mais tempo em atividade no Rio de Janeiro e que fez muito sucesso, chegou a publicação falando dos Mestres Salas com mais tempo em atividade no carnaval da nossa cidade.


Muitos dos Mestre Salas conhecidos do nosso carnaval atuaram por um "breve" tempo. Todos eles tiveram ou tem uma rotina exaustiva de ensaios, se intensificam cada vez mais quando se aproxima o mês do desfile das escolas de samba (fevereiro ou março).
Tem Mestres Salas que atuaram por 15 anos, outras por 20 mas tem alguns que atuam até hoje na função e que tem 30 anos ou mais de carreira no carnaval da nossa cidade. Todos os Mestres Salas da lista de hoje, vi quando menina pela televisão dançar e hoje vejo nos ensaios técnicos ou nos desfiles.

Veja a seguir quatro Mestres Salas que tem 30 anos ou mais de carreira no Carnaval do Rio atualmente:

1. Claudinho Silva
O Lendária Mestre Sala da Beija Flor de Nilópolis, Claudio Souza, conhece o carnaval desde muito cedo. Aos 6 anos de idade, iniciou sua trajetória como Passista Mirim da Unidos de São Carlos (atual Estácio de Sá), escola que sua família tem estreito laços.
De 13 para 14 anos, em 1986, estreou como terceiro Mestre Sala na já Estácio de Sá (a escola mudou de nome em 1983).

Claudinho no desfile da Beija Flor de Nilópolis de 2024 | Foto: Alex Ferro / RioTur

Ficou como Terceiro Mestre Sala até em 1987, em 1988, foi promovido para Segundo Mestre sala da Vermelha e Branca do Estácio. Teve uma nova promoção, onde em 1990, foi promovido à Primeiro Mestre Sala.

Nos seus dois primeiros anos como Primeiro Mestre Sala do Estácio de Sá, 1990 e 1991, dançou com a Porta Bandeira Adriane. Para o carnaval de 1992, conheceu a Porta Bandeira que marcaria sua trajetória no carnaval, uma jovem Porta Bandeira, Selma Mattos Rocha, no qual no primeiro ano dançando juntos, foram campeões com o icônico enredo "Pauliceia Desvairada – 70 Anos de Modernismo". E depois disto, nunca mais se separaram, ficaram até 1995 no Estácio e se transferiram pra Beija Flor em 1996 onde permanecem até hoje.

Claudinho é multi campeão do carnaval carioca e multi premiado, tendo 10 títulos na elite do carnaval do Rio de Janeiro e sendo o maior vencedor do prêmio Estandarte de Ouro com 7 premiações.

No carnaval de 2025, o Claudinho completará 39 anos se dedicando a função de Mestre Sala, sendo ele 29 anos como Primeiro Mestre Sala da Beija Flor de Nilópolis.

2. Julinho Nascimento

Júlio César da Conceição Nascimento, mais conhecido como Julinho Nascimento, desde muito cedo conhece o carnaval, pois seu pai, Eusébio Nascimento, foi um grande compositor da Portela. 
Foi criado no bairro de Ramos, berço da Imperatriz Leopoldinense, no qual viu diversas vezes o icônico casal Chiquinho e Maria Helena dançarem.
Julinho Nascimento no desfile da Viradouro de 2023 | Foto: Autor Desconhecido

Conheceu a dança do Mestre Sala na escola de samba mirim Corações Unidos do Ciep, no qual estreou em 1986 como Mestre Sala Mirim. Nunca mais parou de dançar.
Nos anos de 1988 e 1989, dançou como Segundo Mestre Sala da Tradição e em 1990, estreou como Primeiro Mestre Sala da mesma escola, sendo o último Mestre Sala a dançar com a lendária Porta Bandeira Vilma Nascimento. Uma outra curiosidade sobre Julinho é que Vilma é sua madrinha de batismo.
Permaneceu na escola do campinho até o carnaval de 2005, dançando ao lado de Danielle Nascimento. Sua primeira passagem pela Unidos do Viradouro ocorreu em 2006, onde dançou com Simone Gomes. Em 2007, dançou ao lado de Patricia Pereira na escola de Nitéroi. Em 2008, se transferiu pra Unidos de Vila Isabel onde começou a dançar com a Porta Bandeira que dança até os carnavais atuais, Rute Alves.
Julinho ganhou quatro carnavais no Grupo Especial, sendo nos anos de 2013, 2014, 2020 e 2024. Também é multi-campeão do Estandarte de Ouro, honraria maxima do carnaval carioca, com 4 prêmios. No próximo carnaval o Mestre Sala completa 39 anos de avenida.

3. Sidclei Santos
Sidclei Marcolino dos Santos, mais conhecido apenas como Siclei, é um dos grandes Mestres Salas do Acadêmicos do Salgueiro. 
Sidclei Santos no desfile do Salgueiro de 2024 | Foto: Rafael Arantes

Sidclei começou no carnaval ainda na infância, quando desfilava no bloco Vai Quem Quer, que saia no Morro da Coroa, no bairro de Santa Tereza, Zona Central do Rio de Janeiro, onde foi criado. Durante a infância, frequentava com a mãe, dona Lucinda, que era Portelense, ao sambódromo da Marquês de Sapucaí durante o carnaval e ela sonhava que o filho participasse de alguma escola de samba. Também durante sua infância, participou de alguns desfiles da escola mirim Corações Unidos do Ciep, realizando assim, o desejo de sua mãe. Dona Lucinha faleceu ainda na infância de Sidclei, num acidente de trânsito.

Aos dezoito anos, devido a obrigatoriedade de alistamento das forças armadas, teve que se afastar das escolas de samba para se dedicar ao exército. Passou dois anos e meio na Brigada de Infantaria Paraquedista. 

No mesmo ano do alistamento, no ano de 1994, foi convidado para se tornar o segundo Mestre Sala do Acadêmicos do Salgueiro, escola que o projetaria para o estrelato no carnaval. Permaneceu como segundo Mestre Sala da Academia do Samba até o ano de 1996, quando para o carnaval de 1997, assumiu o Primeiro Pavilhão do Acadêmicos do Salgueiro, permanecendo até 1999. Teve uma breve passagem pela São Clemente nos anos 2000 e de 2001 até 2010 foi Primeiro Mestre Sala do Acadêmicos do Grande Rio. De 2011 até os dias atuais, defende o pavilhão do Acadêmicos do Salgueiro novamente, de 2011 até 2013, defendeu ao lado de Gleice Simpatia, de 2014 até os dias de hoje, ao lado de Marcella Alves. De 2016 até 2024, não ganhou uma nota menor do que 10.

No próximo carnaval, Sidclei Santos completará 31 anos atuando como Mestre Sala.


4. Fabrício Pires
Foi frequentando grandes escolas de samba como Caprichosos de Pilares, Imperatriz Leopoldinense e Unidos de Vila Isabel com a família que Fabricio Pires se inspiraria e se tornaria um dos grandes Mestres Salas do nosso carnaval.
Em 1989, durante um dos ensaios para o carnaval deste ano, Fabrício viu Claudinho, o então Mestre Sala da Caprichosos de Pilares dançar a sua frente que foi amor a primeira vista. E a dois anos após este fato, com apenas 10 anos de idade, se tornaria Mestre Sala Mirim da recém fundada Inocentes da Caprichosos, escola vinculada a Caprichosos de Pilares.
Fabrício Pires na desfile da União de Maricá de 2024 | Foto: Nobres Casais


Machine, nosso querido síndico da passarela Marquês de Sapucaí, que preparou por uma semana aquela criança e depois disso, a criança Fabricio decolou no carnaval.
Fabricio teve passagens por Caprichosos de Pilares, Tradição, Unidos do Cabuçu, Portela, Mocidade Independente de Padre Miguel, Unidos do Porto da Pedra, teve uma passagem marcante na São Clemente, no qual ficou oito anos defendendo o Primeiro Pavilhão da Preto e Amarelo de Botafogo, Acadêmicos do Sossego e Acadêmicos de Niterói. Atualmente defende ao lado de Giovanna Justo o Primeiro Pavilhão da União de Maricá.
No próximo carnaval, será um ano especial para o Mestre Sala, pois será 33º ano que defende um pavilhão no carnaval carioca.
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