Significado das Fantasias dos Casais da União de Maricá 2025

Mais uma publicação sobre os significados das fantasias dos Casais de Mestre Sala e Porta Bandeira da Série Ouro. O grupo é organizado pela Liga Independente do Grupo A do Rio de Janeiro, mais conhecido como LIGARJ e ocorre em dois dias, sexta e sábado de carnaval.

Essa publicação para o grupo foi uma novidade para o carnaval de 2025, pois tivemos acesso ao livro Abre Alas de ambos os dias de desfiles, com isso, foi possível trazer para todos o mesmo conteúdo que realizamos desde o ano passado com o Grupo Especial.

Quando vemos um casal in loco, no Sambódromo da Marquês de Sapucaí ou em casa com aquelas fantasias esplêndidas, ficamos curiosos para saber qual o significado da fantasia em que os casais de Mestre Sala e Porta Bandeira estão usando. As escolas da Série Ouro, assim como no Grupo Especial tem o costume de ter entre um e três casais e a maioria das escolas do grupo conta com três casais. 

Todos os casais que passaram pelas dezesseis escolas da Série Ouro vieram muito bem vestidos, mostrando o cuidado e o bom grado dos Carnavalescos com os dançarinos que tanto admiramos.

Veja a seguir o enredo, o quadro de casais e o significado das fantasias dos casais da sexta escola á desfilar no Sambódromo da Marquês de Sapucaí na primeira noite de desfiles da Série Ouro:

A União de Maricá foi a sexta escola a desfilar no dia 28 de fevereiro, sexta feira de carnaval e veio com o enredo O Cavalo de Santíssimo e a Coroa de Seu Sete, desenvolvido pelo carnavalesco Leandro Vieira e que foi uma homenagem ao Exu 7 da Lira (ou Exu Das Sete Encruzilhadas Rei da Lira) e também ao seu "Cavalo" (assim como é conhecido pessoas que incorporam entidades) Cacilda de Assis, mãe de santo que tornou o espírito conhecido e tornou também popular exus todos como de esquerda na umbanda, que não era comum em sua época.

A escola de Maricá contava com dois casais de Mestre Sala e Porta Bandeira, sendo o primeiro formado por Fabrício Pires e Giovanna Justo e o segundo formado por Luiz Augusto Ferreira e Bia Stella.

Primeiro Casal: Fabrício Pires e Giovanna Justo
Fantasia do Primeiro Casal: Seu Sete e Audara Maria
Criação do Figurino: Leandro Vieira
Confecção: Ateliê Aquarela Carioca

Fabrício e Giovanna no desfile de 2025| Foto: Aaron Koren 
O Que Representa
Seu Sete e Audara Maria: à frente do cortejo carnavalesco dançam Seu Sete da Lira e Audara Maria. Ele é o Exu Sete encruzilhadas que deu fama à dona do ilê, Cacilda de Assis. Ela, a pomba-gira da mãe de santo. Ambos, guias espirituais festejados pela ialorixá e guardiões da porteira de sua casa.
Casal enamorado de exus encantados. Ele usa capa e cartola de contorno carnavalesco tal qual a indumentária característica da entidade que representa. Ela é adornada por rosas vermelhas – as preferidas daquela que era festejada com o título de “Rainha das rosas vermelhas” – e usa diadema.
Ambos vestem vermelho e preto, a cor de predileção dos guardiões catiços.

Segundo Casal: Luiz Augusto Ferreira e Bia Stella
Fantasia do Segundo Casal: Filho de Oxalá e Nanã
Criação do Figurino: Leandro Vieira
Confecção: Ateliê Aquarela Carioca

Luiz Augusto e Bia Stella no desfile da Maricá 2025 | Foto: Marcelo Martins
O Que Representa:
Inseridos no contexto de desfile que aborda aspectos ligados à figura de Seu Sete e sua curiosa personalidade, o casal veste-se com as cores e as insígnias ritualísticas ligadas a Oxalá (ele) e Nanã (ela).
O mestre-sala veste branco e ostenta coroa tal qual manda a tradição visual do orixá tido como o pai da criação. O figurino da porta-bandeira mescla o lilás e o roxo para representar a iabá senhora, a mais velha das orixás femininas.
Segundo o próprio Rei da Lira, sua ancestralidade espiritual tinha intimidade com aqueles que são os dois mais velhos orixás. O exu afirmava que Oxalá e Nanã eram os donos de sua cabeça e a razão por se apresentar como uma entidade calma e religiosa, fora dos padrões associados aos catiços tradicionais.

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