Série – Rosa Magalhães e os Nobres Casais: Todos os Casais que passaram na Trajetória da Grande Professora part. 5

Por Vitória de Moraes

Esta é a quinta publicação dos casais de Mestre Sala e Porta Bandeira que passaram pela carreira de Rosa Magalhães, a publicação de hoje é o fim de uma as mais emblemáticas passagens da carnavalesca de uma escola, a Imperatriz Leopoldinense e o casal que mais dançou sob assinatura da mesma: Chiquinho e Maria Helena. Ao decorrer do avanço das histórias, será adicionado os segundos casais que dançaram sobre a assinatura de um carnaval de Rosa e com a liga trazendo o famoso Livro Abre Alas, poderemos trazer os significados das fantasias de cada casal.

Últimos anos na Imperatriz Leopoldinense

Em 2004, a professora propôs o enredo Breazail, uma homenagem ao município Fluminense de Cabo Frio, um dos principais pontos turísticos da Região dos Lagos conhecida como Costa do Sol. O seu fio condutor foi a extração de Pau Brasil na época do Brasil Colônia, já que o município atualmente tem em torno de 400 anos.

Chiquinho e Maria Helena em 2004 | Foto: Widger Frota

Breazail tem origem Celta, tem definição da cor vermelha e na proposta da Rosa Magalhães, ela fez uma viagem pela cor vermelha nas civilizações Celta, Chinesa e Brasileira através da extração de Pau Brasil na cidade de Cabo Frio. A escola de Ramos terminou em quinto lugar, voltando no desfile das campeãs. Este desfile se trata como o penúltimo desfile da parceria Rosa Magalhães e Chiquinho e Maria Helena, que sairiam da escola de Ramos no carnaval seguinte. Foi mantido o Segundo Casal que vinha desde 2003, Marcílio Diamante e Elizângela.

Para o carnaval de 2005, a carnavalesca propôs o enredo Uma Delirante Confusão Fabulísticauma homenagem aos 200 anos do nascimento do autor infantil Dinamarquês Hans Cristian Andersen e aos 123 anos do nascimento do autor infantil Brasileiro Monteiro Lobato. Foi um desfile empolgante e emocionante, arrancando gritos de É Campeã das arquibancadas ao final do desfile, com isso, a escola terminou em quarto lugar, voltando ao desfile das campeãs.

Último ano de Chiquinho e Maria Helena na Imperatriz Leopoldinense | Foto: Widger Frota

Este ano se trata do último carnaval da parceria Chiquinho e Maria Helena na Imperatriz Leopoldinense, o casal que chegou na escola em 1984, saiu do desfile sendo aclamados e no julgamento perdeu cinco décimos, sendo considerados por muitos, os causadores da perca do possível título da escola, sendo dispensados após o carnaval. O grande casal marcou história por ser casal que ocupou por mais tempo o Posto de Primeiro Casal na história da escola, dançando juntos por 21 anos seguidos. Este ano foi marcado por ser o último ano da parceria de Marcílio Diamante e Elisangela como Segundo Casal.

Para 2006, o enredo proposto foi Um por Todos e Todos por Um, que contou a história do revolucionário italiano Giuseppe Garibaldi, sob a visão do escritor francês Alexandre Dumas. Apesar do requinte e luxo que era rotineiro da escola de Ramos, o samba e o desfile não empolgaram e fez a escola quebrar uma grande sequência de volta no desfile das campeãs e terminando em nono lugar. A título de curiosidade, este foi  penúltima Comissão de Frente assinada pelo icônico coreógrafo Fábio de Mello, já que após 16 anos ininterruptos, deixa a Imperatriz. O último ano de assinatura de Fábio de Melo foi em 2015, ano que retornou a Imperatriz Leopoldinense e encerrou a carreira. Neste ano foi a estreia do Primeiro Casal de Mestre Sala e Porta Bandeira, Marcílio Diamante e Verônica Lima, na parte quatro desta série de publicação foi contado a trajetória do Mestre Sala, já hoje contaremos as passagens da Porta Bandeira. Verônica iniciou sua carreira ainda na adolescência, com apenas 14 anos, como Segunda Porta Bandeira do Acadêmicos do Grande Rio e três anos depois foi promovida à Primeira Porta Bandeira. Verônica é extremamente talentosa, com estilo único de dança, sendo muito forte e bem marcado. A Porta Bandeira permaneceu na Imperatriz Leopoldinense até o carnaval do ano de 2010 e depois de sua saída, teve retorno ao Acadêmicos do Grande Rio e passagens por escolas como Império Serrano, União da Ilha do Governador e Unidos de Bangu. Não há registo do Segundo Casal da escola até o carnaval de 2009.

Já no carnaval de 2007, o enredo foi Teresinhaaa, uhuhuuuu!! Vocês Querem Bacalhau?, uma viagem na história do Bacalhau através da história da Noruega, mitologia nórdica e do Chacrinha, que jogava bacalhau para a plateia, além de chegar ao carnaval Pernambucano. A carnavalesca apresentou a iguaria de diversas formas, da forma que é pescada em alto mar, até da forma que é pescada pelos barcos e servidos nos banquetes medievais. Trouxeram o bacalhau para o carnaval Pernambucano por ter um dos blocos mais tradicionais da cidade se chamar "Bacalhau do Batata", que sai todos os anos em Olinda, além de fazer uma homenagem ao frevo que fazia 100 anos em 2007. Apesar da interessante história apresentada por Rosa Magalhães, o desfile não empolgou, fazendo a Imperatriz Leopoldinense terminar em nono lugar. O Primeiro Casal se manteve Marcílio e Verônica.

No ano de 2008, a escola de Ramos veio com o enredo João e Marias, uma homenagem as Marias que passaram na vida de Dom João VI, Rei do Brasil no ano da Independência. Rosa fez um desfile extremamente de bom gosto, como todos os a conheceram ao longo de todos os anos de Imperatriz Leopoldinense. A escola terminou empatada com a Unidos da Tijuca, que levou a melhor por ter tirado 39,8 no quesito Comissão de Frente e a Imperatriz terminou em sexto lugar, voltando no sábado das Campeãs.

Verônica Lima em seu desfile de 2009 | Foto: Ricardo Almeida

Em seu último ano após um longo período na Imperatriz Leopoldinense, em 2009, Rosa Magalhães trouxe como enredo Imperatriz… só quer mostrar que faz samba também!, uma homenagem ao cinquentenário da escola da Zona da Leopoldina, ao seu bairro Ramos, a sua própria criação, além de fazer uma homenagem a artistas e blocos oriundos do bairro como Cacique de Ramos, Fundo de Quintal, entre outros. Este desfile foi um desfile leve, alegre, criativos, com fantasias de fácil leitura marcou o seu grand finale após 18 anos de escola, sendo cinco títulos e dois vices campeonatos. A Imperatriz terminou seu desfile em sétimo lugar. Foi marcado também por ser a estreia do Mestre Sala Bira para fazer par com Verônica Lima, que estava na escola desde 2006. Bira deu seus primeiros passos na Estação Primeira de Mangueira, em 1983, após muita influência de seu pai, que foi Mestre Sala e Presidente da Verde e Rosa. Fez sua estreia como Primeiro Mestre Sala na Unidos da Ponte em 1995, que ficou até no carnaval de 1996. Tem passagens por escolas como Império da Tijuca, Inocentes da Baixada, São Clemente, União da Ilha do Governador, Unidos da Tijuca e Unidos de Bangu. Na Imperatriz ficou até o carnaval de 2010.


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