Por Vitória de Moraes
Esta é a terceira publicação dos casais de Mestre Sala e Porta Bandeira que passaram pela carreira de Rosa Magalhães, a publicação de hoje é uma das mais emblemáticas passagens da carnavalesca de uma escola, a Imperatriz Leopoldinense e o casal que mais dançou sob assinatura da mesma: Chiquinho e Maria Helena. Ao decorrer do avanço das histórias, será adicionado os segundos casais que dançaram sobre a assinatura de um carnaval de Rosa e com a liga trazendo o famoso Livro Abre Alas, poderemos trazer os significados das fantasias de cada casal.
Multi-campeã na Imperatriz Leopoldinense
No ano de 1993, dando continuidade ao seu trabalho na Imperatriz Leopoldinense, Rosa Magalhães propôs o enredo Marquês que É Marquês do Sassarico É Freguês, no qual fazia associação do bicentenário de nascimento de Cândido José de Araújo Viana, mais conhecido como Marquês de Sapucaí com a o Sambódromo da Marquês de Sapucaí. A linha do tempo usada pela carnavalesca foi mostrar como era feito o carnaval na época do nascimento do Marquês até a fundação do Sambódromo. Além de Chiquinho e Maria Helena defenderem o Primeiro Pavilhão da escola de Ramos, o Segundo Casal foi Fabrício Pires e Priscila. Não há muito registro de quais escolas a Segunda Porta Bandeira da Imperatriz Leopoldinense passou, porém, hoje sabemos quão consagrado é Fabrício Pires. O Mestre Sala deu seus primeiros passos na arte ainda na infância, quando foi lapidado por grandes mestres como Machine, o síndico do Sambódromo, após ver Tiãozinho, o então Primeiro Mestre Sala da Caprichosos de Pilares dançar durante um ensaio em 1989 e se apaixonar pela arte dos Casais de Mestre Sala e Porta Bandeira. Dois anos após sua paixão pela arte e início dos treinos com Machine, em 1991 passou a desfilar na escola mirim Inocentes da Caprichosos como Mestre Sala com apenas 10 anos. Fabrício tem passagens por escolas como Acadêmicos de Niterói, Acadêmicos do Sossego, Caprichosos de Pilares, Mocidade Independente de Padre Miguel, Portela, São Clemente, Tradição, Unidos do Cabuçu e Unidos do Porto da Pedra. Atualmente dança ao lado de Giovanna Justo na União de Maricá, no qual vai para o seu segundo desfile no ano de 2025.
A carnavalesca propôs para o ano de 1994, o enredo Catarina de Médicis na corte dos Tupinambôs e Tabajères, um encontro de cinquenta indígenas brasileiros que foram levados à França para festa dada aos Reis Henrique II e Catarina de Médicis no ano de 1550, no qual esses indígenas iriam mostrar seus costumes e hábitos aos Franceses. A título de curiosidade, este é o primeiro título solo de Rosa Magalhães no Grupo Especial, já que foi campeã no Grupo anterior em 1982 com Bum Bum Paticumbum Prugurundum, do Império Serrano e em uma vez em grupo 2A e 2B, com a Tradição, sendo a primeira carnavalesca da escola do Campinho. Assim como nos outros anos, o primeiro casal da escola de Ramos é o icônico casal Chiquinho e Maria Helena. Não há registros sobre o segundo casal da escola de Ramos, mas é bem provável que tenha sido novamente Fabrício e Priscila.
Em 1995, Rosa Magalhães trouxe ao mundo o enredo Mais vale um jegue que me carregue, que um camelo que me derrube lá no Ceará, que falava sobre a fracassada ideia de Dom Pedro II, que fez uma expedição científica para o sertão do Ceará, que contava com quatorze camelos oriundos da Argélia, país do norte do continente africano, que não resistiram ao forte clima do sertão e que foram substituídos por jegues. Assim como nos outros anos, o Primeiro casal da escola de Ramos era icônico casal Chiquinho e Maria Helena, que dispensa comentários e elogios. Já o segundo casal, se mantinha Fabrício Pires, com a possível chegada Crislaine Lima, digo possível, pois não há relatos de quem era o segundo casal escola no ano de 1994, assim como a Porta Bandeira pode ter chego em 1994, assim como chego apenas pro carnaval de 1995. Não há registros de Crislaine, apenas que permaneceu como Segunda Porta Bandeira da escola de Ramos até o carnaval de 1997, ao lado de Fabrício Pires. A escola Imperatriz Leopoldinense se sagrou bicampeã do carnaval carioca com este desfile, superando a Portela em meio ponto.
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Chiquinho e Maria Helena no carnaval de 1996 | Foto: Tiago Machado |
Em 1996, a escola de Ramos veio com o enredo Imperatriz Leopoldinense Honrosamente Apresenta: Leopoldina, a Imperatriz do Brasil, uma homenagem à Imperatriz Maria Leopoldina de Áustria, primeira esposa do Imperador Dom Pedro I, cujo é a Imperatriz que dá o nome a escola. Marcado pelo luxo e o acabamento impecável, a Imperatriz veio em busca do tri-campeonato, porém, terminou a apuração em segundo lugar, com 299,5 contra 300 pontos conquistados pela Mocidade Independente de Padre Miguel, a campeã do carnaval naquele ano.
Já em 1997, Rosa Magalhães propôs o enredo Eu sou da Lira, não posso negar, uma homenagem a compositora, instrumentista e maestra Chiquinha Gonzaga. A carnavalesca se baseou nas composições e na biografia para desenvolver esta homenagem. Este ano ficou marcado pela icônica Comissão de Frente de Fábio de Mello das teclas de piano quando abriam-se os braços. A escola terminou em sexto lugar. |
No ano de 1998, Rosa Magalhães propôs uma estética totalmente fora do "padrão" em que todos eram acostumados com a Imperatriz Leopoldinense quando sugeriu o enredo Quase no Ano 2000…, uma temática futurista sobre o novo milênio que viria. Houveram muitas mudanças estéticas na escola, como dito anteriormente, o luxo foi substituído pela criatividade da carnavalesca, enquanto as plumas e materiais caros foram substituído por materiais baratos e práticos. Assim como nos outros anos, o primeiro casal se manteve o mesmo, Chiquinho e Maria Helena, mas o segundo casal foi se manteve com Fabrício Pires como segundo Mestre Sala, mas a segunda Porta Bandeira foi alterada para Letícia Caetano, que se manteve na escola com Fabricio até o carnaval de 2001 e permaneceu com Marcílio Diamante até 2002. Não se há registros da Porta Bandeira, quais passagens escolas a mesma passou antes de chegar na escola de Ramos.