Por Vitória de Moraes
Quando vemos um casal in loco, no Sambodrómo da Marquês de Sapucaí ou em casa com aquelas fantasias esplêndidas, ficamos curiosos para saber qual o significado da fantasia em que os casais de Mestre Sala e Porta Bandeia estão usando. As escolas do Grupo Especial tem de um a três casais, exceto a Beija Flor de Nilópolis que tem quatro, porém, todos os casais que passaram no Grupo Especial vieram muito bem vestidos tanto no seus ensaios técnicos, tanto no desfile oficial.
Veja a seguir o enredo, o quadro de casais e o significado das fantasias da primeira escola a desfilar no Sambódromo da Marquês de Sapucaí na segunda noite de desfiles do Grupo Especial:
Mocidade Independente de Padre Miguel
A Mocidade Independente de Padre Miguel foi a primeira escola a desfilar na segunda feira de carnaval, dia 12 de fevereiro. A escola de Padre Miguel veio com enredo "Pede Caju Que Dou... Pé de Caju Que Dá!", desenvolvido pelo carnavalesco Marcus Ferreira com a pesquisa da sinopse de Fabio Fabato. O enredo conta a histórias, as lendas e curiosidades da fruta nativa do país Sul Americano.
O quadro de casais da escola conta com três casais de Mestre Sala e Porta Bandeira, sendo o primeiro casal formado pelo Mestre Sala Diogo Jesus e a Porta Bandeira Bruna Santos, o segundo casal formado pelo Mestre Sala Diego Moreira e a Porta Bandeira Isabella Moura e o Terceiro Casal formado pelo Mestre Sala Jeferson Pereira e a Porta Bandeira Eliane Ribeiro.
Primeiro Casal de Mestre Sala e Porta Bandeira: Diogo Moreira e Bruna Santos
Nome da Fantasia: Yes, nós temos Caju!
Criação do Figurino: Marcus Ferreira.
Confecção: Ateliê Fernando Magalhães.
Diego Moreira e Bruna Santos no Desfile de 2024 | Foto: Nobres Casais |
O que representa:
Diego Moreira e Isabella Moura no desfile 2024 | Foto: Nobres Casais |
O que representa:
Criação do Figurino: Marcus Ferreira
Confecção: Ateliê Fernando Magalhães
Jefferson Pereira e Eliane Ribeiro no desfile de 2024 | Foto: Nobres Casais |
O terceiro casal de mestre-sala e porta-bandeira compõe o espetáculo frenético de cores e tropicalidade que dita moda no ensolarado litoral brasileiro. A partir do encontro dos versos “o poeta desfolha a bandeira e a manhã tropical se inicia” (“Geleia Geral”) e “existirmos: a que será que se destina?” (“Cajuína”), a escola propõe a imagem de um país que, encarando Atlântico como espelho natural, questiona sobre seu destino, ou seja, os porquês para ser a moradia/laço de milhões. Ora, aí a já citada “manhã tropical”, então, possibilita, justamente, a tão aguardada resposta. Sim, o “calor girassol” possibilita a apresentação praiana de tipos, pujança, curvas - onde o mel da fuzarca misturado ao do pedúnculo pendurado nos cajueiros escorre faceiro.
O casal, portanto, estampa o caju protagonista nessa moda toda de viver o gozo per se, consumista, com óculos escuros e arco-íris de emoção, fruto-astro-principal das sensuais vitrines de areia. Vistos do alto, completam o carrossel vertiginoso de delírio, magia e frescor proporcionado pelo coletivo. O prazer abunda.